Resenha da Semana: O Estrangeiro, de Albert Camus

Resenha da Semana: O Estrangeiro, de Albert Camus

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CAMUS, Albert. O Estrangeiro. Editora Record, 5ª edição, 122p

Albert Camus foi um escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista franco-argelino. O seu trabalho inclui peças de teatro, novelas, notícias, filmes, poemas e ensaios, onde ele desenvolveu a filosofia do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta a esse absurdo. Para Camus, essa revolta leva à ação e fornece sentido ao mundo e à existência.

O estrangeiro é um dos livros da trilogia do absurdo, de Albert Camus. O livro conta a história de Mersault, um homem que vive completamente alheio à importância das coisas ao seu redor. O protagonista é indiferente a tudo, sendo que uma das palavras mais usadas por ele é: “tanto faz”. Albert Camus desenvolve uma história simples, escrita em frases curtas, evidenciando conceitos segundo o qual o homem é livre e seus atos são responsáveis por seu destino.

Meursault, é descrito como “um cidadão da França, homem do Mediterrâneo, um homem que dificilmente compartilha da cultura mediterrânea tradicional”. Semanas após o funeral de sua mãe, ele mata um homem árabe na Argel francesa, que estava envolvido em um conflito com um dos vizinhos de Meursault. Mersault é julgado e condenado à morte. A história é dividida em duas partes, apresentando a visão narrativa em primeira pessoa de Mersault antes e depois do assassinato, respectivamente.

Camus se serve deste personagem principal para mergulhar no absurdo existencial. A vida banal de Mersault até o momento em que ocorre um crime processa-se dentro do clima do absurdo da vida humana, que não pode ser logicamente explicado, mas simplesmente apreendido e vivido.

Para Camus, a vida é absurda e filosoficamente, isso quer dizer que a situação existencial humana é caracterizada essencialmente pela ausência de sentido e, dessa forma, não existem consistências, certezas e/ou garantias. Não há finalidade última e não há causas primeiras no mundo absurdo.

Para uma melhor compreensão do absurdo é necessário fazer uma análise do próprio cotidiano. As loucuras do dia-a-dia, o corre-corre e a busca do sentido para as coisas e acontecimentos já são indícios do absurdo. O homem cria uma rotina de vida, uma monotonia e acaba deixando levar-se pelo absurdo, perde o sentido da sua existência, passando a não dar mais importância aos fatos e acontecimentos em seu trabalho, com os amigos, na família…tudo se torna comum, rotineiro.

Outro ponto que ilustra o absurdo é o fato do homem já não conseguir mais dar conta dos acontecimentos e tudo lhe foge da percepção e ele mesmo constata que o mundo não tem sentido nem razão, e que a vida é absurda e fantasiosa.

Buscar valorizar e criar sonhos para o futuro é uma forma de querer sair do absurdo, mas é necessário também criar coragem e buscar inovações e outros caminhos para as atividades do dia-a-dia.

Resenha por: Jacquelline Christina Oleto Viana
Servidora da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais

 

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