“Moderna – Liberdade que os revela” vai contar a história do Movimento Modernista a partir da Literatura e de recortes de jornais
No ano em que o Centenário da Semana de Arte Moderna promove diversas reflexões sobre esse movimento para a cena artística brasileira, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, com o apoio da Cemig, amplia novos olhares para a Literatura, tendo o Modernismo como ponto de partida. A partir desta semana e até o dia 3 de junho, o público pode conferir a exposição gratuita “Moderna – Liberdade que os revela”.
Para além de reafirmar a contribuição desse momento histórico na formação da identidade cultural do país, a exposição destaca a transversalidade entre a Literatura e as demais linguagens artísticas. A partir de um pensamento originário, o Movimento Modernista ressignificou a própria percepção do povo brasileiro sobre sua história, e as reverberações das ideias impactaram de forma profunda a produção nas artes nacionais.
De acordo com o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, a exposição que chega à Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais celebra o legado literário dessa importante fase da arte no país. “O público poderá ter um entendimento mais amplo do Movimento Modernista e de seus desdobramentos em grandes produções da literatura da modernidade e da importância de Minas Gerais na gênesis de uma arte genuinamente brasileira, seja na visita de Oswald de Andrade ao poeta Alphonsus de Guimaraens, em 1919, quando conheceu o barroco, seja na visita dos modernistas paulistas às cidades históricas. Pensar a Literatura a partir do modernismo é mais um capítulo fundamental dessa compreensão”, diz.
As páginas do Modernismo
Com curadoria de Lucas Amorim, a mostra ocupa dois ambientes da Biblioteca Estadual e será aberta em dois momentos. Acompanhando a efeméride da Semana de 1922, a primeira parte da exposição, aberta ao público a partir do dia 17 de fevereiro, conta com obras raras do acervo que dialogam com as reflexões do Movimento Modernista e redefiniram o olhar da literatura a partir de um contexto nacional. As publicações ficam disponíveis no Hall do Setor de Coleções Especiais, localizado no 2º andar do prédio Sede da Biblioteca Estadual.
As obras selecionadas traduzem o contexto histórico da época, com destaque para a produção de Zina Aita, única mineira a participar da Semana de 1922. A curadoria da mostra também selecionou outros importantes trabalhos sobre o Movimento Modernista, como a emblemática crítica “A propósito da exposição de Malfatti”, de Monteiro Lobato, publicada em 20 de dezembro de 1917 no jornal Estado de São Paulo. Nesta crítica, Lobato compara a produção de Anita Malfatti a “desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios” e foi o estopim para a junção dos artistas em defesa da liberdade de criação em 1922.
Segundo Lucas Amorim, que é diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secult, a celebração do centenário da Semana de 22, evidenciando a produção literária a partir daquele momento, é uma importante maneira de entender como a proposta de rompimento estético dos artistas da época reverberou, e continua reverberando, na produção literária.
“Cem anos depois, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais expõe um recorte do acervo. O recorte proposto nessa exposição, com obras raras e outros documentos do acervo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais busca contribuir para as reflexões que a Semana de Arte Moderna ainda provoca e celebrar os ousados artistas que cem anos atrás ansiavam pela nossa liberdade”, destaca.
A exposição será ambientada com execuções de obras de Villa-Lobos e, além disso, haverá visitas mediadas ao acervo e disponibilização de exemplares fac-similares das Revistas Modernistas para manuseio do público.
O Modernismo e a Imprensa
A segunda parte da exposição será aberta para visitação em abril. No primeiro andar do prédio Sede da Biblioteca, na Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães, que fica no hall de entrada, serão expostos os desdobramentos da Semana de Arte Moderna por meio das revistas e jornais que compõem o acervo da Hemeroteca Histórica. O recorte compõe uma narrativa histórica sobre o movimento modernista, a partir de reportagens, críticas e outros conteúdos da imprensa da época, trazendo um destaque para as Revistas Modernistas que compõem o acervo da Biblioteca Pública Estadual. Na programação complementar de “Moderna – Liberdade que os revela”, a Biblioteca Estadual também irá promover um seminário sobre o tema com artistas e pesquisadores.
Além da exposição do acervo histórico, a Biblioteca está preparando leituras de poemas e textos emblemáticos que farão parte de uma playlist a ser disponibilizada nas plataformas digitais e de streaming em breve. As leituras poderão ser acessadas por meio de QR codes disponíveis nos espaços expositivos.
A exposição “Moderna – Liberdade que os revela” pode ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h, até 3 de junho. Não há necessidade de agendamento prévio, mas os protocolos de segurança devem ser respeitados. O uso de máscara de proteção, cobrindo nariz e boca, é obrigatório durante toda a permanência do público no local.