O Governo de Minas Gerais apresenta Minas Literária, um programa intersetorial entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo – SECULT – e a Secretaria de Estado de Educação – SEE, para execução da Política Estadual do Livro (Lei nº 18.312/2009, e suas atualizações), que objetiva fomentar e promover o acesso ao livro e à leitura em todo o Estado.
Os três eixos que orientam a estrutura do Minas Literária tem como objetivos a ampliação da oferta de atividades culturais para estudantes da rede pública de ensino; a obtenção de um retrato atualizado da leitura no Estado de Minas Gerais; o fortalecimento de iniciativas para geração de emprego, trabalho e renda; o estímulo à leitura e à escrita criativa; a criação de roteiros turísticos literários e a internacionalização da produção literária mineira.
A iniciativa também visa a colaboração entre bibliotecas públicas e escolas para a promoção do acesso à informação, da educação e cultura para a comunidade, desenvolvendo habilidades de leitura, pesquisa, escrita e competência digital, e valorizando o patrimônio cultural e histórico local.
O estímulo à prática de leitura possui potencial para uma transformação sociocultural no Estado, além de ampliar a geração de emprego e renda, por meio do fortalecimento da cadeia produtiva do Livro.
Minas Gerais é o Estado com o maior número de bibliotecas públicas e comunitárias do país. Segundo dados do último Retrato das Bibliotecas Públicas, realizado em 2018 pela equipe técnica da SECULT, 745 dos 853 municípios mineiros possuem bibliotecas.
Por mais que o Estado seja a unidade federativa com o maior número de bibliotecas públicas e comunitárias do Brasil, Minas ainda não se protagoniza no ranking dos dez Estados com mais leitores¹ no país. A pesquisa² mostrou que a parcela da população que não desenvolveu hábitos de leitura possui desinteresse, falta de tempo, ou dificuldades cognitivas, reforçando, desse modo, a importância da transversalidade entre a Cultura e a Educação para formação de novos leitores.
Os dados ainda demonstram uma possibilidade de trabalho expressivo para 48% da população mineira que ainda não desenvolveu hábito de leitura.
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¹ A pesquisa considera como leitor(a) aqueles aqueles que leram um livro nos últimos três meses e foi realizada por amostragem em nove muncípios: Belo Horizonte, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas, Teófilo Otoni e Uberlândia.
² WERNKE, Zulmar (org.). O livro em Minas Gerais: uma pesquisa por regiões sobre o comportamento do leitor: o que se lê, o que se produz. Belo Horizonte: Câmara Mineira do Livro, 2015.
Já a mais recente pesquisa³ sobre os hábitos de leitura no Brasil foi publicada pelo Instituto Pró-Livro em 2020 e demonstra uma queda de 4% – de 56% para 52% – de pessoas entrevistadas que possuem hábito de leitura. Esse dado evidencia uma possibilidade de trabalho de fomento para um novo mercado de 48% de novos leitores.
O estudo revela o impacto da pandemia nesse setor, que foi altamente afetado pela impossibilidade de vendas, demonstrando, assim, a necessidade de se criar políticas públicas para o seu desenvolvimento e crescimento econômico.
Estimular esta cadeia produtiva representa empregabilidade para diversos profissionais como Autores; Assistentes Editoriais; Bibliotecários; Capistas; Contadores de História; Críticos; Diagramadores; Designers Gráfico; Distribuidores; Editores; Escritores; Ilustradores; Impressores; Jornalistas; Mediadores de Leitura; Livreiros; Pedagogos; Produtores; Preparadores de textos; Professores; Redatores; Revisores; Tradutores; Vendedores; entre tantos outros profissionais, que direta ou indiretamente, possuem trabalho em função da economia do livro.
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A transversalidade entre a cultura, o turismo e a educação objetiva reverter este cenário por meio da formação de novos leitores, tendo como objetivo base a ampliação do atendimento de estudantes da rede pública estadual de ensino em espaços culturais.
O Programa, que também aborda o desenvolvimento socioeconômico das mesorregiões do Estado por meio da literatura, contará com um aporte inicial de R$ 9 milhões, que serão executados nos próximos 24 meses.