Resenha da Semana: Mulherzinhas, de Louisa May Alcott

Resenha da Semana: Mulherzinhas, de Louisa May Alcott

BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS
Setor de Empréstimo Domiciliar
 
ALCOTT, Louisa May. Mulherzinhas. São Paulo: Nova Cultural, 2003. 238 p. 

Um clássico da literatura americana que beira o princípio do gênero Jovem Adulto de hoje em dia. Com uma narrativa em terceira pessoa, “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott, conta a história de quatro irmãs em um período de superações, amadurecimento e momentos familiares com suas dificuldades financeiras durante a Guerra Civil Americana. Meg, Jo, Beth e Amy March têm, cada uma, suas particularidadese personalidades distintas, que interferem em seus sonhos, aspirações para o futuro e formas diferentes de lidar com a vida.

A narrativa coloca em evidência o poder e a força das mulheres, mesmo em uma época tão marcada pelo machismo estrutural.Meg, delicada e bonita, Jo impetuosa, Beth, um doce de menina, e Amy, uma pequena mimada; a principal preocupação de sua mãe, Sra. March, é dar às filhas ensinamentos sobre valores familiares e orientações sobre o que devemos ter como importante na vida.

Com a ajuda da matriarca, as meninas March tentam encontrar o seu lugar em um mundo que passa por mudanças. Meg e Jo precisam trabalhar fora para ajudar na economia da família, enquanto Beth auxilia a única empregada da casa, Hannah, e Amy lida com seus problemas na escola. Contudo, elas acabam se divertindo bastante com Laurie, vizinho da família, e amigos de infância das meninas, especialmente de Jo, que é dada a escrever e encenar histórias para a família.

Entre brincadeiras no sótão e conversas sérias sobre casamento, piqueniques, primeiras paixões e guerras, as meninas crescem rapidamente, mas aproveitam cada segundo de sua juventude. Jo March que é uma mocinha bem à frente de seu tempo, e tem que lidar com seu espírito livre em meio a um tempo que as mulheres eram obrigadas a ter suas escolhas podadas a todo custo. Sua sorte é ter uma família muito amável e uma mãe que lhe dá preciosos conselhos, muito necessários para uma moça com tal personalidade naquelas circunstâncias.

“Mulherzinhas” é um clássico da literatura mundial e que vale a pena ser lido, pois nos permite um breve panorama de uma família que viveu no século XIX. Naquele século, ideias feministas não eram tão incisivas, até porque isso poderia custar a publicação e ou a popularidade da obra, mas ao longo da leitura é claro o quanto a autora defende algum nível de independência, mesmo que por vezes, mais emocional do que financeira, já que não havia como lutar tanto assim contra a força do patriarcado naquele tempo; ainda assim, percebemos diferença quanto ao pensamento corrente àquela época.
 

Resenha por: Thayane Luiza Zschaber de Oliveira
Estagiaria do Setor de Empréstimo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais

 
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