Resenha da Semana: Tudo o que ela sempre quis, de Barbara Freeyhy

Resenha da Semana: Tudo o que ela sempre quis, de Barbara Freeyhy

BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS
Setor de Empréstimo Domiciliar

FREEYHY, Barbara. Tudo o que ela sempre quis. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2012. 304p.

Barbara Freethy é autora best-seller de 30 romances. Em 2011, ela começou a publicar, por conta própria, seus livros e vendeu 1.5 milhões de livros. Nove de seus livros apareceram na lista de best-sellers do USA Today por 41 semanas e muitos deles apareceram, também, na lista do The New York Times. “Tudo o que sempre quis” é um de seus best-sellers.
 
O livro começa contando a história deNatalie, médica residente em um hospital de São Francisco. Falta pouco para ela se tornar médica e nada pode atrapalhar isso. Ou era o que ela pensava até um livro ser publicado. Os nomes foram alterados, mas o cenário é o mesmo. O tão terrível passado, que a machucou está voltando. Menos de um dia depois ela descobre que Madison e Laura estão morando em São Francisco assim como Cole, irmão de Emily. É um pesadelo que ela não estava disposta a se envolver, mas quando Laura lhe conta que no livro a morte de Emily não foi acidental e a culpada no livro seria ela, Natalie resolve que precisa descobrir quem é esse autor.

Ler o livro é perturbante, pois muitas partes parecem saídas da boca de Emily. Ela precisa descobrir como ele sabe tanto sobre elas e, principalmente, quem ele pensa que é para acusá-la de assassinar a melhor amiga? Um caso desses pode encerrar a carreira médica que ela tanto batalhou e, na pior das hipóteses, colocá-la atrás das grades. A família de Emily é rica, poderosa e isso não seria problema para eles. Contando com a inesperada ajuda de Cole ela tem poucos dias para resolver o mistério
 
A partir dessa premissa, a trama se desenvolve de maneira equilibrada e surpreendente. A narrativa da autora foca nos personagens, na construção de características que os diferem e os ligam. Destrinchando um passado de segredos, Natalie e Cole são conduzidos de volta à época da universidade e a fatídica noite em que Emily caiu da cobertura. Natalie começa a perceber que nem tudo era perfeito entre elas. O livro alterna a visão entre as três amigas e com muita destreza nos conduz a vários caminhos.

Voltar ao passado sem bagunçar com o presente não é sempre fácil, mas a autora nos apresenta muito bem o presente de cada personagem antes de mergulhar nas entrelinhas das vidas deles. Por mais que a curiosidade central dos leitores seja o enigma do que realmente aconteceu com Emily naquela noite, o foco do livro é uma análise das relações de amizade e não uma investigação.

A história nos faz questionar se nem mesmo uma tragédia foi capaz de apagar a amizade daquele grupo porque eles tinham tantos segredos? O acontecimento os afastou e teria sido assim se o tal livro não tivesse sido lançado. A principal pista e o foco do final acabam provando isso. Pessoas tão diferentes e que ao invés de encarar os segredos preferiram a fuga. A cada diálogo sincero e desabafo que os personagens tinham, uma nova peça do quebra-cabeça era mostrada. Romance, amizades, mágoas, segredos, vingança, presente e passado.

Um livro que fala do quão complicado é o significado da palavra amigo e do quanto a situação pode piorar se amor e sexo estiverem envolvidos. Leitura rápida, agradável, com uma escrita simples e bem desenvolvida. Um livro que difere por ter uma história que não existiria sem personagens e que consegue ser interessante mesmo sem grandes viradas.
 

Resenha por Rossana Kátia Pimentel Cunha
Servidora do Setor de Empréstimo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais

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