Resenha da Semana: Minha Vida, de Isadora Duncan

Resenha da Semana: Minha Vida, de Isadora Duncan

BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS
Setor de Empréstimo Domiciliar

DUNCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: José Olympio, 2012. 305 p. 

Logo antes de sua trágica morte, seu manuscrito autobiográfico foi publicado sem a possibilidade de uma última revisão. No livro estão registradas suas memórias assim como foram escritas a primeira vez, nenhuma alteração foi realizada para manter preservado seu conteúdo como foi escrito. Nascida Angela Isadora Duncan, em São Francisco no dia 27 de maio de 1877 e falecida em Nice no ano de 1927, quando sua longa echarpe se enrolou em uma das rodas do carro em que era passageira, o que acabou a enforcando e a decapitando em segundos. Isadora foi uma bailarina reconhecida mundialmente, além de coreógrafa, precursora do movimento de dança moderna.

Duncan sempre fez parte da elite cultural e amava a arte de se expressar com toda a sua alma. Como ela mesma registra em seu livro “Minha arte é precisamente um esforço para exprimir em gestos e movimentos a verdade do meu ser”. Nascida em uma família pobre, sem conhecer seu pai, Isadora ascendeu socialmente e financeiramente através da dança. Para a família sobreviver, sua mãe trabalhava como professora de piano e seus irmãos ensinavam dança para a vizinhança em troca de alguns trocados. A morte de seu pai, uma meia irmã e sua madrasta foram eventos chocantes na vida da autora. Ainda muito cedo, quando ainda ensinava seus colegas, Duncan teve seu talento descoberto e incentivado.

A dançarina sempre demonstrou com clareza uma afeição pela livre expressão e através da dança buscava manifestar seus sentimentos e preferia o improviso às regras rígidas e inflexíveis do balé clássico. Aos dez anos de idade já mostrava grande intelecto e capacidade superior aos dos seus colegas de classe, o que a levou a abandonar a escola acreditando esta ser muito restritiva. Seguindo seu desejo de viajar o mundo, a autora viajou para Chicago na tentativa de conseguir um emprego em companhias de teatro. Empregada pela companhia Augustin Daly ela foi para Nova Iorque, onde enfrentou pela primeira vez o choque entre a sua forma de dança e as comumente apresentadas naquela época. Sentindo-se pouco reconhecida e presa à estética vigente, Isadora se mudou para a Europa, centro da vanguarda cultural, e começou sua apresentação sendo muito mais aceita pelo público.Lá, através de Loie Fuller, Duncan fez apresentações em toda o continente e conheceu os nomes mais célebres da elite cultural e fez importantes vínculos com famosos e políticos.

Seguindo seu desejo pessoal de ensinar a beleza da expressão pessoal, a autora abriu diversas escolas de dança que ensinavam às crianças o poder dos movimentos e a liberdade de expressão. Com um forte senso de comunidade e liberdade, Isadora Duncan foi um dos principais nomes da história do balé e da arte, tendo se imortalizado para sempre na arte moderna como a performista grandiosa que era.

Resenha por Isadora Amaral Campos
Servidora do Setor de Empréstimo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais
 

 
Pular para o conteúdo
Fale Conosco